terça-feira, 19 de novembro de 2013

Acabou o colégio, o que fazer agora?


O fim da rotina escolar significa sair de um ambiente seguro e conhecido para entrar num novo mundo, com mais responsabilidades e cobranças. Aí, escolhas
sobre o que fazer na vida adulta podem ainda não estar bem definidas. Bate o medo da decisão que vai desenhar o futuro e definir o que faremos para sempre. O caminho natural, que é prestar vestibular e ingressar no curso superior, pode não ser tão natural assim. E investir um pouco de tempo entre o colégio e a faculdade pode significar dias ainda melhores.

A psicóloga Luciana Adegas, da Metta Capital Humano, sugere o teste vocacional e até uma pesquisa de mercado antes ainda do vestibular.

Não devemos ter pressa em fazer as escolhas. Além da faculdade, outras opções seriam ingressar em um curso técnico ou profissionalizante, viajar e até fazer um intercâmbio, o que é muito valorizado no mercado de trabalho atual – sugere.

O fato é que ficar nervoso pode só piorar as coisas. Luciana diz que, nessa etapa da vida, o mais importante é diminuir a ansiedade e permitir a experimentação.
O ex-jogador de futebol Caio Ribeiro, que teve uma passagem pelo Grêmio, é um exemplo disso. Foi atrás do sonho dos campos e, por isso, quase não terminou o ‘colegial’. Aos 18 anos, já era profissional da bola e cursar a faculdade ficou para depois.

– Sabendo da importância de um curso superior, fiz uma promessa ao meu pai: quando parasse de jogar, concluiria a faculdade e teria o diploma. Me ‘aposentei’ em 2005 e logo depois me formei no curso de Gestão do Esporte. Promessa cumprida! – comemora Caio, hoje com 38 anos e comentarista de futebol. 
Se Caio precisou adiar a faculdade para realizar um sonho, o empresário Rodrigo Hoffmann aproveitou o curso superior para dar vazão ao espírito empreendedor. Aos 17, já organizava eventos, fazendo festas em Porto Alegre. O curso de publicidade se
encaixou como uma luva e, com apoio da família, que no início até preferia que ele optasse por uma carreira mais tradicional, seguiu em frente. Hoje é sócio da Joker Comunicação, mas já teve passagens em outras agências e também morou em Florianópolis, em Santa Catarina, e Los Angeles, nos Estados Unidos.

– Sempre tive o perfil empreendedor e quis ter o meu próprio negócio. Trabalhei alguns anos como funcionário e isso foi importante para meu amadurecimento. Mas, quando percebi que já estava na hora, encontrei o sócio certo e resolvemos montar a
agência –, conta Rodrigo, hoje com 28 anos.

SATISFAÇÃO É (QUASE) TUDO

O músico gaúcho Tonho Crocco transformou o hobby em profissão já quando saiu do colégio, há mais de 20 anos. No ensino médio, era daqueles que questionava o futuro. Gostava de desenho e de publicidade, mas foi a música que deu um retorno mais rápido aos anseios dele. Fez o primeiro show com o Ultramen antes de terminar o colégio – e ali a decisão do que ‘ser quando crescer’ foi tomada. 

– Minha mãe sempre me apoiou. Meu pai não levava muita fé. Dizia para fazer uma faculdade ou concurso público. Mas não posso reclamar. Tem sido divertido. Sinto falta apenas de não ter mais estudo musical, principalmente das partituras –, diz, aconselhando quem pensa em viver da música.

Um grande diferencial na escolha da carreira é optar por algo que realmente se goste de fazer – e que não necessariamente represente um emprego fácil. Foi assim que o professor Gilberto Kaplan pensou na hora de decidir a formação. 

– Na escola, já queria algo na área de humanas. Pensava em História, Arquitetura e Jornalismo. Na real, a gente pensa em todas as alternativas, mas nunca pensei em não cursar o ensino superior. Foi um caminho natural – garante. 

Quando terminou o ensino médio, fez uma viagem pelo Nordeste do Brasil. Naquela época, não se fazia mochilão pela Europa. Era tudo na base da carona País acima.

– Eu não tinha certeza do que ia fazer e resolvi viver um pouco fora do estudo para pensar bem e decidir. Quando voltei, fiz vestibular para História – lembra Kaplan, que se formou na UFRGS e é professor há mais de 30 anos.

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