Vejamos o caso de uma criança com o transtorno. Quem olha pra Bernardo estudando nem imagina, mas o menino de 12 anos é portador de dislexia e descobriu o transtorno somente há três anos. Heloisa Pappalardo Collet, mãe de Bernardo, conta que quando ele estava na terceira série a escola desconfiou que o atraso dele em termos de leitura e compreensão de textos não era mais considerada normal. Ele era sempre mais atrasado que os outros para ler e escrever. A situação foi tão gritante que a escola a chamou e pediu que fossem à Associação Brasileira de Dislexia (ABD) para saber se este era o problema do estudante. Após os testes, Bernardo foi diagnosticado como disléxico severo.
Maria Angela Nogueira Nico, fonoaudióloga da ABD, explica que o portador de dislexia tem muita dificuldade em fazer a relação da letra com o som, o que pode ocasionar a troca, omissão e inversão de letras dentro de uma palavra. Como consequência, há dificuldade para entender o conteúdo do texto. Pacientes também podem apresentar dificuldade para decorar tabuada, reconhecer símbolos e conceitos matemáticos e até para aprender outros idiomas.
A dislexia é um problema genético e hereditário, tendo como causa alterações celulares no cérebro, o que dá origem a um funcionamento diferente dele. Quem não tem dislexia, utiliza três áreas dele enquanto está lendo. A primeira faz a identificação das letras. A segunda parte faz com que entendamos o significado da palavra. Por fim, uma terceira área processa todas essas informações. Em uma pessoa com dislexia, as duas primeiras áreas são menos ativas. Em compensação, a parte frontal é obrigada a trabalhar mais e até o lado direito do cérebro é ativado.
O diagnóstico, segundo Maria Angela, é feito por uma equipe multidisciplinar e interdisciplinar, contando com a ajuda de neurologistas, oftalmologistas, fonoaudiologistas, psicólogos e psicopedagogos. E para que seja diagnosticado o problema, é essencial que a inteligência deste paciente seja considerada normal, ou, como em grande parte dos casos, acima da média.
É muito importante estabelecer o diagnóstico de dislexia o quanto antes, para evitar reflexos negativos sobre a autoestima e projetos de vida futuros. Ainda não se conhece a cura para o problema, mas o tratamento é bastante eficaz. Evite cobranças com a criança enquanto ela estiver no processo de tratamento. Sempre incentive e busque aumentar a autoestima. dela.
Especialistas em várias áreas precisam ser acionados para ajudar o portador a superar suas dificuldades. O apoio da família, é claro, é indispensável.
Para
os professores uma dica de filme: Durante a semana pedagogica do CESFA, foi
exibido o filme indiano Como estrelas no céu, Toda criança é
especial. O filme O filme conta a história de um garoto de 9
anos chamado Ishaan Awasthide que enfrenta sérias dificuldades de aprendizado
devido ao fato de ter dislexia, porém seus pais e professores ignoram
totalmente o fato. As letras dançam na sua frente ele não consegue compreender
e nem se focar nas aulas, já foi reprovado uma vez e corre o risco de ser reprovado
mais uma vez. Um filme único, onde todos os sentimentos se sobrepõem,
todas as partes retratam na experiência de vida daquele professor de educação
especial e daquele menino Ishaan Awashi.
Este
filme mostra outra forma de ver o mundo, me faz pensar no que acredito e se a a
minha maneira de agir é mais correta.
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