Cada hora que uma pessoa passa sentada depois dos 25 anos reduz sua expectativa de vida em 21 minutos, dez minutos a mais que fumar um cigarro, diz uma pesquisa australiana que acaba de ser divulgada.
Esse é o segundo estudo em
apenas um mês a concluir que passar muito tempo sentado eleva os riscos de
diabetes e doenças cardiovasculares, além de encurtar a vida
significativamente.
A pesquisa foi desenvolvida por Jacob
Veerman, da Universidade de Queensland, na Austrália, e publicada no "The
British Journal of Sports Medicine".
Veermant, que é médico e especialista em
modelagem preditiva - uso de estatísticas para fazer previsões -, usou dados de
12 mil australianos coletados por um levantamento nacional sobre diabetes,
obesidade e estilo de vida. Os entrevistados responderam perguntas sobre seu
estado de saúde, doenças que já tiveram, frequência em que se exercitavam,
tabagismo e hábitos alimentares. No meio do questionário, a pergunta-chave:
quantas horas de televisão você assiste por dia?
O objetivo não era medir o tempo em
frente à tela especificamente, e sim chegar a um número aproximado da
quantidade de horas que a pessoa passava sentada. Com esses dados em mãos, os
pesquisadores tentaram isolar o fator de risco trazido pela longa permanência
sentado de outros hábitos pouco saudáveis como fumar e não se exercitar.
A conclusão foi que um
adulto que passa seis horas diárias sentado em frente à TV deve viver quase
cinco anos a menos que uma pessoa que não assiste televisão. A previsão se
aplica mesmo aqueles que fazem exercícios regularmente.
Outro estudo sobre o tema foi publicado
no jornal científico "Diabetologia", da Associação Europeia de Estudo
em Diabetes, e revisou 18 pesquisas que levavam em consideração não apenas o
período em que a pessoa permanece sentada em frente à TV como também o tempo
sentado no trabalho. Somados, os 18 estudos tinham uma base de 794.577
entrevistados.
"Um
adulto passa entre 50 e 70% de seu dia sentado", afirma Emma Wilmot, endocrinologista
da Universidade de Leicester, na Inglaterra, que conduziu a pesquisa. Em
entrevista à Folha ela disse que o corpo humano simplesmente não foi projetado
para passar tanto tempo sentado.
"Quase todos os empregos hoje em dia
obrigam as pessoas a ficarem sentadas na frente de uma tela. Quando saem do
trabalho, o que elas fazem? Jantam, vão ao cinema, leem, assistem TV. Ou seja,
continuam sentadas", diz Wilmot.
O estudo inglês afirma
que pessoas que passam mais de sete horas diárias sentadas têm um aumento de
112% no risco de desenvolver diabetes, 147% no risco de doenças
cardiovasculares e 49% no risco de morrer prematuramente mesmo que se exercitem
regularmente.
O que os médicos ainda
não sabem exatamente é por que uma atividade tão trivial quanto sentar seria
prejudicial ao corpo.
Uma das possíveis
explicações é a ausência prolongada de
contrações dos músculos esqueléticos, sobretudo nos músculos mais longos das
pernas. "Quando o
músculo não se contrai, ele consome menos energia. Essa energia se acumula no
sangue na forma de açúcar, elevando o risco de diabetes e de outras
doenças", explica Veerman em entrevista à Folha.
"Depois de meia hora sentado o corpo
liga o 'modo repouso' e a taxa metabólica cai", explica João Eduardo
Salles, diretor da Sociedade Brasileira de Diabetes e professor da Santa Casa
de São Paulo.
Ficar de pé evita essa queda pois o
músculo permanece rígido, o que consome mais energia. "De pé a mudança de
posição é mais frequente, a pessoa se movimenta involuntariamente", diz
Salles.
Antônio Chacra, endocrinologista e
diretor do Centro de Diabetes da Unifesp, concorda com as conclusões das
pesquisas, mas acha os números exagerados. "Essa contabilização exacerbada
da saúde é coisa de médico americano. Fazendo isso você ganha quatro minutos de
vida, fazendo aquilo perde dez. Reconheço que tem um papel didático, o paciente
fica logo assustado, mas que é esquisito, isso é", opina.
Este blogueiro precisa se cuidar!
Este blogueiro precisa se cuidar!
TAMO PERDIDO KKKKKKKKKKK
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirMORRI!!!
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