quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Evitar reprovação exige cuidados


Matéria especial da Folha de Londrina
O final do ano letivo já se aproxima e muitos pais começam a se dar conta de que o filho pode não conseguir ser aprovado para a série seguinte. O que fazer? Caso a reprovação se confirme, qual a melhor atitude a ser tomada?

A pedagoga Luci Mara Conceição, da Escola Estadual Tiradentes, em Londrina, garante que ainda dá tempo de salvar o ano letivo, embora falte apenas um bimestre. ”A reprovação não acontece de uma hora para outra, é um processo que vem decorrendo”, atesta. Segundo ela, um trabalho mais focado pode ajudar o aluno a superar as dificuldades e ser aprovado.
Para ela, o fundamental é que haja o compromisso tanto da escola quanto da família em auxiliar a criança ou adolescente. ”A reprovação não acontece no final do ano, em algum momento o aluno se perdeu. Será que houve acompanhamento? Pode acontecer de a criança chegar em casa e dizer que foi mal na prova. A família ouve e tudo bem? Esse é um alerta. Culpar a criança é muito fácil. Não é o aluno, é todo um conjunto de coisas”, destaca Luci.
Muitos pais recorrem aos professores particulares, o que, segundo a pedagoga, é uma boa alternativa, desde que seja para necessidades pontuais e que a criança não transforme esse professor em uma espécie de muleta. ”O professor particular vale a pena quando o aluno não entende o que a professora explica, uma, duas, três vezes. Ele vai trabalhar o conteúdo de outra forma.”
Ela acrescenta que mesmo as escolas públicas já oferecem aulas de apoio no contraturno, mas lembra da importância dos pais mandarem os filhos para essas aulas. ”Muitos pais não se preocupam com isso, dizem que a criança tem outras atividades. O principal é a escola e o resto é complemento da educação da criança”, destaca.
Reprovação
Depois que houve a reprovação, segundo Luci Mara, não adianta simplesmente dar um castigo. ”Se o pai coloca de castigo, ele vai estar legitimando um fracasso do filho. Eu, pessoalmente, considero que o pai que castiga a criança está se eximindo da culpa e atribuindo toda ela ao filho”, pontua, lembrando da responsabilidade que a família tem de acompanhar o desenvolvimento escolar.
”A família não assume a responsabilidade e depois a culpa é da escola, ou do filho, que é castigado. O ideal é não haver a reprovação. Acontecendo, vamos dialogar, ver qual foi o ponto-chave, quando se deu essa reprovação”, explica.
A pedagoga lembra que se a criança apenas recebe um castigo, ela se sente punida e liberada. ”Ele assume a culpa, paga e fica bem, mas não educa. Sentar e discutir o problema é o ideal. Se a aprendizagem não aconteceu, é porque aconteceu alguma coisa e às vezes é porque o aluno perdeu o interesse em aprender”, conta. A reprovação, lembra a pedagoga, nem sempre significa que a criança tenha algum problema de aprendizagem.
Luci Mara explica que essas dificuldades são detectadas geralmente no primeiro ano escolar, pelos professores, que percebem se o aluno não presta atenção, se é muito lento, se se distrai facilmente, se é desligado, se não para no lugar ou não consegue terminar as atividades.
Para a pedagoga, prevenir a reprovação é um trabalho que começa já no primeiro bimestre, quando a escola envia o primeiro boletim. Ela ressalta a importância de os pais comparecerem às reuniões da escola, para acompanharem o desenvolvimento do filho. ”O aluno precisa dos pais presentes e muitas vezes não conta com isso. A escola não tem o valor que ela precisa ter. O pai que não acompanha a criança na escola não dá o valor social que a escola tem e passa isso para o filho”, alerta.
Depois que o aluno reprovou, Luci explica que é necesário a escola se preparar para recebê-lo no próximo ano, fazendo um acompanhamento pedagógico de perto. ”O professor deve retomar aquilo que foi o motivo da reprovação e não começar com todo o conteúdo novamente”, recomenda.

2 comentários:

  1. Bom dia João Paulo, acompanho seu blog sempre que posso e gostei muito da reportagem. É fundamental o envolvimento da família na formação do filho, temos experiências muito gratificante de famílias que acompanham a formação escolar do filho, pais conscientes da capacidade do filho, acompanham dia a dia o seu desenvolvimento, intervindo em situações que a família é muito importante, afastando o filho de más companhias, evitando as drogas, corrigindo quando errado, apoiando-o quando certo e encaminhando o filho para a formação ideal, seja ela o ensino superior, seja ela para cursos tecnicos. Infelizmente temos muitos pais que se quer comparecem na reunião pedagógica dos filhos, na entrega de boletim e hora que vê o filho fica retido, temos casos de reprovas de 2 a 3 anos seguidos. Sabemos que nem todos os alunos tem a habilidade para ser um Engenheiro, Professor, Doutor... mas quando assistido pela família, com certeza será encaminhado para o mercado de trabalho. A Escola está muito carente de pais comprometidos com a educação dos filhos, porque muitas vezes estamos largando o papel de professor que é de ensinar.... para educar, são duas palavras totalmente diferente, que devemos prestar a atenção. Cada um tem seu papel na educação e formação do aluno e é imprescindível que família e escola esteja sempre juntos nesta caminhada.
    Chamo atenção de muitos pais que não dedicão tempo algum a seus filhos,trabalham exaustivamente e quando livres preferem ficar em bares ou em casa assistindo tv, sem se relacionar com o filho, deixando o filho carente de um abraço amigo, de atenção e infelizmente quem preenche esse espaço é o mundo, com prostituição, drogas....Vivemos em um tempo que os dias passam rápido demais, e é mais fácil chorar hoje quando você esta corrigindo seu filho do que chorar amanhã quando tiver que interna-lo em uma clínica de reabilitação ou buscá-lo em um presídio.

    Um grande abraço Prof. Fernando Vassoler

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    1. Muito legal Fernando sua participação no Blog, enriquece, em muito o debate. Concordo com você, a familia tem papel crucial no educando. Gostei bastante do seu comentário. Seja sempre bem vindo!

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